sábado, abril 21, 2012

sexta-feira, abril 20, 2012

A actual educação estraga as crianças - Eduardo Sá



Foi assim que iniciou a sua palestra no Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro, uma iniciativa promovida em colaboração por aquela instituição e pelo Centro de Formação Ria Formosa sobre o "Envolvimento Parental na Escola". 

Perante um auditório com cerca de 280 pessoas, o conferencista afirmou que "a estrutura tecnocrática, em que se transformou a educação, faz mal" e criticou o "furor da formação técnica e científica" que levou ao esquecimento de que "o melhor do mundo não é a escola mas as pessoas e, em particular, as relações familiares". "Estamos a criar uma mole de licenciados e de mestres aos 23 anos que esperamos que sejam ídolos antes dos 30 e o fundamental não é isso", lastimou, lembrando que "estamos a exigir aos nossos filhos que sejam iguais a nós: que ponham o trabalho à frente de tudo o resto", esquecendo-nos de brincar com eles. 

O conferencista considerou que "criámos uma ideia absurda de desenvolvimento" e lembrou que "a vida não acaba aos 17 anos com a entrada no ensino superior". "Só os alunos que tiveram pelo menos uma negativa no seu percurso educativo é que deviam entrar no ensino superior porque estamos a criar uma geração de pessoas imunodeprimidas", defendeu, sustentando que "errar é aprender". 

Eduardo Sá defendeu que as "educações tecnológicas" possam dar lugar à "educação para o amor" como "a questão mais importante das nossas vidas". "Acho fundamental que tenhamos a coragem, a ousadia e a verticalidade de dizer que a maior parte das pessoas se sente mal-amada e acho fundamental explicar aos nossos filhos que é mentira que acertemos no amor à primeira e que é notável aquilo que se passa dentro do nosso coração", afirmou. 

Neste sentido afirmou que "devia ser proibido dizermos aos nossos filhos que se deve casar para sempre". "Sempre que namoramos mais um bocadinho, casamo-nos mais um pouco e sempre que deixamos de namorar, divorciamo-nos em suaves prestações", concretizou a provocação, considerando o casamento tão sagrado como frágil. "É uma experiência sagrada porque duas pessoas que decidem comungar-se é uma experiência tão preciosa que é sagrada, mas é frágil porque, às vezes, os pais estão tão preocupados com a educação dos filhos que se esquecem de namorar todos os dias", lamentou, lembrando que "pais mal-amados tornam-se piores pais". "É fundamental que a relação amorosa dos pais esteja em primeiro lugar, antes da relação dos pais com as crianças", sustentou. 

Eduardo Sá defendeu que "as crianças devem sair o mais tarde possível de casa" e jardins de infância "tendencialmente gratuitos para todos". 

Eduardo Sá disse ainda não achar que "mais escola seja melhor escola", criticando os blocos de aulas de 90 minutos porque aulas expositivas daquela duração são "amigas dos défices de atenção". "Acho um escândalo que as crianças comecem a trabalhar às 8h, terminem às 20h e que tenham, entre blocos de 90 minutos, 10 minutos de intervalo. Quanto mais as crianças puderem brincar, mais sucesso escolar têm", defendeu, acrescentando que "os pais estão autorizados a ser vaidosos com os filhos mas proibidos de querer a criar jovens tecnocratas de fraldas". "Devia ser proibido que as crianças saíssem do jardim de infância a saber ler e escrever", advertiu. 

A terminar, defendeu ser possível "ter sucesso escolar" e "gostar da escola". "Tenho esperança que um dia as crianças queiram fugir para a escola", concluiu.

COACHING E PSICOTERAPIA

O coaching e as psicoterapias de varias tendências têm em comum a característica de se enquadrarem na relação de ajuda.
No entanto, existem diferenças, maiores ou menores conforme o tipo de coaching e o modelo psicoterapêutico.
O objectivo do coaching é também o desenvolvimento pessoal do cliente, mas com um foco num objectivo determinado. O coaching centra-se nas soluções e nos resultados (observáveis), as psicoterapias mais na problemática do paciente e na mudança interna.
O coach faz essencialmente perguntas com vista a aumentar a consciência (awareness) do cliente.
Embora também exista o life coaching, e e o objectivo dependa do cliente, o coaching é muito orientado para a actividade profissional, designadamente o trabalho de equipa. Por essa razão, é recomendável que o coach tenha experiência empresarial. As organizações, como os grupos, têm dinâmicas especificas que exigem uma rápida apreensão por parte do coach.
O processo de coaching é rápido e dirigido ao futuro, muitas vezes de curto prazo. Assenta numa técnica de perguntas e em processos de feedback bem definidos.
Correndo o risco de ser redutora, diria que o coaching é mais rápido e incisivo, mas vai menos fundo em termos do mecanismo psíquico.

Mitos Conjugais


Quando pensamos sobre o amor parece existir qualquer coisa enigmática, qualquer coisa que só pode ser explicada de maneira insuficiente, mas que todos consideramos como vital nas nossas vidas. 
Numa relação amorosa, o casal existe, mas não surge do nada, traz consigo outras histórias, outras vivências, coexistindo duas famílias, modelos e regras e um ideal romântico. Este ideal leva ao paradigma do amor romântico através dos mitos conjugais que contribuem para a decepção, tornando a comunicação disfuncional, impedindo a resolução de conflitos e uma adequada evolução da relação conjugal.
Alguns exemplos de mitos conjugais que verificamos no trabalho com casais:

·         “Amar significa estarmos sempre juntos”;
·         “Devemos estar sempre de acordo em qualquer tipo de assunto”;
·         “Com amor irei muda-lo(a) para o(a) tornar melhor;
·         “O nosso amor, desejo e paixão manter-se-á inalterável com o passar do tempo”;
·         “O meu parceiro deverá ser capaz de antecipar todos os meus pensamentos, desejos e necessidades”;
·         “Amar significa nunca me chatear com o ele(a);
·         “Os níveis de sexo, carinho e compromisso na nossa relação nunca diminuirá”;
·         “Conheço-o(a) e ele(a) a mim muito bem por isso não preciso falar nem explicar, ele(a) já sabe”….

terça-feira, abril 17, 2012

EU BRINCO, TU BRINCAS, NÓS BRINCAMOS


Numa altura em que as crianças brincam cada vez menos e os adultos estão cada vez mais sérios, carregados de angústias, de responsabilidades e de vazio relacional, vale a pena relembrar o pensamento de Winnicott:


“É no brincar, e apenas no brincar, que a criança ou o adulto é capaz de ser criativo e de usar toda a sua personalidade, e é apenas no ser criativo que o indivíduo descobre o seu Eu”.

segunda-feira, abril 16, 2012

COACHING: A QUEM SE DESTINA

Ultimamente tenho-me interessado por uma ferramenta nova na área da relação de ajuda: o coaching.
Trata-se de um processo que visa estimular a consciência e a reflexão no cliente, possibilitando-lhe empowerment e desenvolvimento pessoal.
Como todas as técnicas sérias nesta área, não faz milagres. É preciso que o cliente queira de facto fazer alguma coisa por si próprio.
O coaching aplica-se na área pessoal (life coaching) e na area profissional (executive coaching, team coaching, etc).
O livro cuja capa está na imagem é um dos livros básicos acerca do assunto.

sábado, abril 14, 2012

Mulheres Inteligentes, relações saudáveis - Um livro com bom-senso

Na minha prática clínica as relações amorosas e as suas vicissitudes estão sempre na ordem do dia. Ontem, na reunião clínica habitual das segundas sextas de cada mês, o grupo de trabalho da Psicronos debruçou-se sobre a terapia de casal.

A traição amorosa e os ciúmes são temas constantes nas sessões com os pacientes e nas conversas com os colegas sobre os “casos” (já para não falar nas nossas próprias vidas, é que apesar de psicólogos também somos homens e mulheres em relações amorosas).

Acho que um livro cheio de bom-senso pode ser um excelente auxiliar psicoterapêutico e este livro do psiquiatra Augusto Cury entra, na minha opinião, nessa categoria. Não é um livro técnico (apesar de elencar categorias e estabelecer tipologias). É um livro que ajuda a estruturar o pensamento e que dá bons conselhos. Lê-se numa tarde de fim-de-semana (foi o que aconteceu comigo hoje à tarde), fica alguma coisa e transmite alento e o sentimento de que podemos ser autores do nosso próprio destino (pelo menos de uma parte).

Ele diz que os ERROS CAPITAIS DE UMA RELAÇÃO DOENTE são:

. A ditadura do ciúme e a perda de admiração
. A ditadura do excesso de trabalho e da insensibilidade
. A ditadura da crítica excessiva e do medo da perda

E depois, enuncia as LEIS FUNDAMENTAIS DE UMA RELAÇÃO SAUDAVEL:

. O poder do elogio e os investimentos em sonho
. A arte de surpreender e a arte de agradecer
. A arte de dialogar e de autodialogar

É, num certo sentido, um livro simplista para um problema híper-complexo, mas não deixa de ser interessante e útil. Uma leitura a ter em conta, principalmente quando não se é psicólogo e se anda às voltas com estas questões.

quinta-feira, abril 12, 2012

Crise Social e Suicídio




Os números do suicídio têm vindo a aumentar, tornando este um tema emergente.

Para além dos quadros clássicos de depressão; o desemprego, a pobreza e a exclusão social despoletam sentimentos de tristeza e de desamparo, que têm uma correlação positiva com a ideação suicida e o suicidio.

Em tempos de crise, com o agravamentos destes sintomas o apoio médico e psicológico torna-se imprescindível, assim como o apoio daqueles que estam por perto.

terça-feira, abril 10, 2012

A ARTE DE SONHAR


"Um corpo que não sonha é como uma casa desabitada- a ruína é o seu destino."

"Nascemos de um sonho, vivemos no sonho, morremos quando o sonho acaba. E a cura analítica não é mais que a abertura do sonho; acaba quando o paciente sabe sonhar."

António Coimbra de Matos - Mais Amor Menos Doença (Climepsi)

sábado, abril 07, 2012

ARTE e PSICANÁLISE

Teatro: “Fingido e Verdadeiro, ou o Martírio de S. Gens”

Puro prazer. De representar, de assistir, de sentir e de pensar.

Teatro dentro do teatro, dentro do teatro.


Falo da peça que a Cornucópia (Teatro do Bairro Alto), pelas mãos de Luís Miguel Cintra e de um coeso grupo de actores, estreou na passada quinta-feira, dia 29 de Março e que estará em cena até 29 de Abril. Recomendável ver.



É uma festa, simultaneamente rigorosa e descontraída, moderna e clássica, que nos brinda com uma homenagem ao teatro.

Mas é também um texto cheio de camadas. Que parte de uma fragmentação do texto ‘Lo Fingido Verdadero', de Lope de Vega (1562-1635), reconvertido em “ Fingido e Verdadeiro, ou o Martírio de S. Gens”, depois de cruzado com outras fontes: ‘Flos Sanctorum' (texto anónimo português do século XVI) e ‘História Imperial e Cesárea' (de Pedro Mexia), e de entremeado com citações de Santo Agostinho, Tertuliano, Louis Jouvet e Jean Genet.

O resultado é um exercício preciso e condensado de criação e criatividade, concebido criticamente a partir de textos clássicos, e com sabedoria encenados (Luís Miguel Cintra) e cenografados (Cristina Reis). A acção central situa-se no século III, no tempo do Imperador de Roma Diocleciano, e Gens, actor e encenador, ao representar um cristão, transforma-se num (converte-se) e vem a ser condenado à morte. Parece que Lope de Vega terá escrito “ Lo Fingido Verdadero com a ideia de que fingir e fazer verdade são duas coisas diferentes, e que naquele dia quando o São Gens estava a representar, estava a fingir, e de repente aquilo que ele fingia tornou-se verdadeiro” diz-nos Luís Miguel Cintra.


Fingir tão completamente é procurar em si aquilo -- que, na memória de pensamentos, sensações e emoções-- está em sintonia com, ou se aproxima mais do que está a ser fingido ou representado. Quem escreve, ou encena, ou representa, acaba por falar de si.


A colagem, ou a intersecção de textos e de épocas, não faz perder a unidade do conjunto, ou a qualidade do impacto. Os vários bastidores, atravessados por comentários e cenas, acabam por ser fundidos numa linha narrativa consistente É uma coisa única, e como experiência única se constitui.

Como um ensaio a que assistimos, de um ou de vários espectáculos, a peça em 3 actos vai cerzindo as várias épocas, e faz-nos pensar nas ligações entre o poder e a arte teatral, a política e o investimento na actividade cultural, a verdade e o engano, a realidade e a ficção, o trabalho do actor, aquilo que o actor transporta do seu papel para si mesmo, e vice-versa, a verdade e a mentira.


E, fazendo a ponte, o tema da verdade e da mentira, da falsidade e do engano, é um tema bem caro à psicanálise, ao par terapeuta-paciente, e àquele ambiente onde a relação terapêutica se estabelece. Onde a busca da verdade é, em si, um processo terapêutico, como dizia Melanie Klein.

Mas a verdade e as verdades do sujeito (paciente), comunicadas através de palavras, silêncios e do seu corpo, que aparecem nem sempre muito claras ou coerentes, a pouco e pouco vão-se desenrolando, e vão-se distinguindo o verdadeiro do falso ou do fingido, na trama que acontece no palco da vida mental.

Freud dizia que “a relação entre analista e paciente se baseia no amor à verdade – isto é, no reconhecimento da realidade – e isso exclui qualquer tipo de impostura ou engano.” Para ele, as falsificações mentirosas integravam a operação de repressão, e “a repetição da mentira a tornaria uma verdade.” Por outras palavras, as mentiras, incluindo as mentiras sociais de conveniência (desculpas dissimuladas, omissão, exagero, deturpação...), apegam-se e são muitas vezes incorporadas por quem as cria, levando o seu criador a acreditar com convicção na sua versão da verdade, ou na sua ficção.


Por outro lado, as falsificações, auto-enganadoras e espécie de mitos pessoais, desenvolvem-se desde a infância como escapada às emoções difíceis, intoleráveis, penosas, no plano do inconsciente, afectando a função de pensar do sujeito, e são distintas do conceito de mentira onde impera uma deliberação consciente ou pré-consciente. Bíon, considerava também a busca da verdade como essencial ao crescimento mental, processo que exigia o estabelecimento de confrontos e de interrelações entre factos passados e presentes, entre realidade e fantasia, entre verdades e mentiras, e entre aquilo que o sujeito faz, diz e aquilo que, efectivamente, ele é.


A questão da verdade é assim um aspecto nuclear na psicanálise e na psicoterapia psicanalítica, onde a dança entre a coerência e a incoerência é facilitada pelo terapeuta e nos “tornamos verdadeiros na procura da verdade”, como dizia Freud . A busca da verdade (não moralística) vai alimentar a possibilidade de novas descobertas e a comunicação, gerando criatividade, fortalecendo a identidade e favorendo o alargamento do universo mental.

Sabendo como os actores tão bem o sabem, que a distinção entre a verdade e a mentira, ou o fingido, não é um processo claro ou fácil, mas uma caminhada paciente e criativa em prol da descoberta de si e do sentido da vida.


Isabel Botelho


terça-feira, abril 03, 2012

Antecipar a entrada na escola?


Nesta altura do ano são frequentes os pedidos de avaliação para a antecipação de entrada no 1º ano. Esta é uma situação bastante delicada que requer uma apreciação aprofundada do funcionamento da criança. Para iniciar a escolaridade, não basta que a criança seja inteligente. Muitos pais preocupam-se com uma entrada “tardia” na escola, com receio que tal represente um atraso na aprendizagem e no futuro dos filhos. Na verdade, o que é muitas vezes difícil de explicar é que as crianças adquirem os principais requisitos à aprendizagem na brincadeira e que uma entrada precoce na escola pode pôr em causa todo o percurso académico de uma criança que teria competências para ser bem sucedida.

Muitas destas crianças que avaliamos têm, de facto, adequados recursos cognitivos e algumas até já lêem e escrevem algumas palavras. Mas serão estes aspetos suficientes para um bom desempenho escolar?

Também na maioria dos casos, observamos crianças que apresentam uma grande discrepância entre o potencial intelectual e a o funcionamento emocional, e é aqui que reside o principal risco de uma entrada antecipada na escola.

Alguns estudos reportam o elevado número de diagnósticos de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção em crianças mais novas, que são tratadas e medicadas como tal, quando na verdade a agitação e a desatenção que revelam não são mais do que sinais de imaturidade.

http://edition.cnn.com/2012/03/05/health/adhd-diagnosis-youngest-kids/index.html?eref=mrss_igoogle_cnn

Na verdade, podemos refletir também sobre o termo “imaturidade”. Será a criança imatura ou estará simplesmente a agir de acordo com o esperado para a sua idade? Estes sinais de imaturidade, não serão mais do que a incapacidade para sossegar o corpo e a mente numa altura em que deviam estar a explorar mais livremente o meio. Serão o sinal de uma indisponibilidade para a aprendizagem académica que requer períodos longos de concentração e quietude.

Às vezes os pais dizem “Se ele tivesse nascido 10 dias antes, era tudo mais fácil”. Eu respondo-lhes “Sorte a dele!”. Não significa que todas as crianças que entram mais cedo na escola têm insucesso, mas implicará um esforço intelectual e emocional muito maior.

Muitas destas crianças não têm ainda um “equipamento” emocional para lidar com a frustração e com o insucesso, o que pode levar a problemas de auto-estima e ao desinvestimento da escolaridade e, consequentemente, a dificuldades escolares que se acentuam e prolongam.

Para uma aprendizagem bem sucedida, a criança precisa de adequados recursos intelectuais e de um bom ajustamento emocional, de forma a sentir-se motivado para o sucesso e conseguir ultrapassar a frustração do insucesso. Quando nos referimos aqui ao conceito de motivação, incluímos o reconhecimento dos objetivos da aprendizagem. O que é que eu ganho em estar aqui sentado, a prestar atenção e a trabalhar? Até aproximadamente aos 7 anos, a criança aprende com o único objetivo de imitar o adulto, e só depois dessa altura reconhece o que passa a ser capaz de fazer com aquilo que aprende. É esta a idade ótima para a aprendizagem.

domingo, abril 01, 2012

O INCONSCIENTE ASSINALADO

Novas imagens cerebrais confirmam o conceito de inconsciente de Freud. É uma área em constante evolução, talvez aquela onde se registarão as maiores descobertas do século XXI.

http://bigthink.com/think-tank/the-importance-of-magical-thinking

CAMAS, QUARTOS E SONHOS

É um bocadinho voyeurista, mas quem não se interroga sobre a vida íntima dos escritores de que gosta? Os seus quartos de dormir parecem fornecer pistas para aqueles mundos interiores. Na fotografia vê-se o quarto de Emily Dickinson, uma das minhas poetisas favoritas. No link estão mais catorze quartos, incluindo o de Ernest Hemingway, surpreendentemente formal. E faz falta o quartinho espartano de Fernando Pessoa, que pode ser visto na Rua Coelho da Rocha, em Campo de Ourique.

http://www.apartmenttherapy.com/literary-style-15-writers-bedrooms-168023

domingo, março 25, 2012

AS ESTRELAS E NÓS

Este aglomerado de estrelas está na nossa galáxia, a 25000 anos-luz da Terra.
Dizem que a maior parte do universo é feita de matéria negra. Assim sendo, as estrelas e com elas a luz são uma pequena parte. Que interessa, é delas que se fazem os sonhos...

(foto:NASA
http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_2204.html)

A ARTE DO EFÉMERO

Inscriçōes na areia entre-marés de Andreas Amador, um arista que vive em San Francisco :

http://www.andresamadorarts.com/

sexta-feira, março 23, 2012

Reduzir custos na saúde:as intervenções psicológicas

Em entrevista ao semanário “Vida Económica”, o Bastonário da Ordem dos Psicólogos deixou claro que existe uma cobertura insuficiente de psicólogos na Saúde e “um certo desconhecimento” dos seus benefícios. 



O depoimento breve e conciso do Bastonário pode ser lido no seguinte link: 

https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/imprensa/opp_09_03_2012_intervena_aao_psicolaogica_pode_reduzir_custos_no_setor_da_saaode_vida_econaomica.pdf

domingo, março 18, 2012

SONHAR ACORDADO E CRIATIVIDADE

Tal como o jogo é importante no desenvolvimento da criança (sendo simultaneamente uma ferramenta psicoterapêutica), também a capacidade de sonhar é importante na saúde mental do adulto. Sonhar acordado. Fantasiar. Jogar (play) entre o real e a fantasia - é esse o terreno da criatividade.

sábado, março 17, 2012

O JOGO E A CRIATIVIDADE

Melanie Klein ensinou-nos o papel fundamental do jogo no desenvolvimento psíquico da criança. O jogo (e a sua interpretação) eram também para ela a base do trabalho terapêutico.
A deliciosa animação que se segue, e em que podemos participar, é incrivelmente lúdica e divertida. Experimentem!

http://www.drawastickman.com/episode1

quinta-feira, março 15, 2012

LIDAR COM A AGRESSIVIDADE

Lidar com a agressividade é das coisas mais complicadas que existe. Às vezes é tão dificil que vamos engolindo os conflitos até explodirmos desproporcionadamente, como no tetemunho que esta jovem nova-iorquina nos dá a ler.
De facto, é difícil sabermos quando devemos reagir zangando-nos, ou fingir que não é nada connosco. Neste caso, aconteceu algo provável nas grandes cidades: duas pessoas com pressa chocam, empurram-se. Chegam a bater-se. Ela diz, e bem, que tomou como um ataque pessoal algo que não era realmente pessoal. Quantas vezes não engolimos algo que é mesmo pessoal e acabamos por descarregar a raiva sobre estranhos, no transito ou numa rua apinhada?
A agrevissidade é uma coisa que faz parte de todos nós e sem ela naturalmente não sobreviveríamos. Saber dirigi-la é que é mais difícil.


http://www.thefrisky.com/2012-03-12/girl-talk-im-going-back-to-therapy-to-deal-with-my-anger/?TrackID=ENC

quarta-feira, março 14, 2012

Sobre a Adolescência


A adolescência uma etapa organizadora da personalidade, onde se instauram novas modalidades relacionais e novos equilíbrios.

É uma fase de transição na qual ocorrem transformações de carácter físico e psíquicas, as quais obrigam à integração das mudanças internas e externas nas expectativas do indivíduo;
- no corpo com o inicio do desenvolvimento pubertário;
- na vida social, nas relações com a família, com os professores, com os
colegas, com os amigos e com o sexo oposto;
- no pensamento, na medida em que surge a capacidade de raciocinar
formalmente;
- no modo em que o individuo se ver a si próprio, que se irá traduzir na
construção da identidade.

É um período de turbulência e vulnerabilidade. Nesta fase enfatiza-se a importância do corte das ligações infantis aos pais, para que seja possível o estabelecimento de relações fora da órbita familiar. Assim, a rebelião e o não conformismo facilitam o processo de separação com os pais.

Os limites de idade que definem este período não são rígidos e varia consoante as épocas históricas, as sociedades ou culturas e os indivíduos. O seu inicio embora variável, é assinalado pelo inicio da puberdade e termina com a autonomização em relação às figuras parentais e o início de uma relação amorosa.

sábado, março 10, 2012

BOLA DE PAPEL OU METEORO?

Curioso como uma bola de papel pode ter um aspecto ameaçador.
Fotografias de Thomas Brown da série "Meteoros".

http://trendland.net/thomas-browns-meteors-series/?utm_source=Trendland+List&utm_campaign=0cf8b2985a-RSS_EMAIL_CAMPAIGN&utm_medium=email

SER INTROVERTIDO NUM MUNDO DE EXTROVERTIDOS

Mais uma excelente Ted Talk, desta vez de Susan Cain.
Ela fala sobre como é dificil ser introvertido numa cultura que premeia os mais comunicativos e extrovertidos. Refere também como a criatividade exige um grau significativo de introversão.
Não tem legendas mas vale a pena ouvir.

http://www.ted.com/talks/susan_cain_the_power_of_introverts.html

sexta-feira, março 09, 2012

EMDR em evidência e a evidência em EMDR


O conceituado jornal "The New York Times" dedicou uma secção do seu site à importância e eficácia do EMDR com base em toda a investigação de 25 anos que tem sido realizada em todo o mundo. Nesta notícia (em Inglês) é a própria fundadora da abordagem psicoterapeutica a esclarecer todas as dúvidas dos seus interlocutores, na maioria, psicoterapeutas de outras abordagens. Muito interessante:

http://consults.blogs.nytimes.com/2012/03/02/the-evidence-on-e-m-d-r/ 

quarta-feira, março 07, 2012

O EMDR Mudou a Minha Vida


Costumamos dizer que “era bom que houvesse um mecanismo que arrumasse certas coisas na nossa cabeça”, como se faz no computador ao arrumar pastas, organizar documentos ou mesmo ao desfragmentar o disco. Hoje, posso afirmar que isso é possível.

Não foi fácil aceitar ir ao psicólogo, pois desde criança que me foi incutido que “os psicólogos são para os malucos!”…Pois então, que eu seja maluco e vamos lá tratar disso!

Ao princípio nem sabia dizer o nome da técnica e tudo me parecia estranho, algo tirado de um filme. Com o tempo fui aprendendo muito sobre mim, constatando que a técnica tinha de facto resultados e a minha vida foi melhorando progressiva e rapidamente.

Em todo o processo comecei por ter consciência dos meus medos mais profundos, das coisas que me faziam parar no tempo e não me deixavam alcançar os meus objectivos e ser feliz. Aprendi que os meus medos, angústias, dores de estômago, enjoos, descontrolo total do sistema urinário, distúrbios alimentares, ansiedade, nervosismo, agressividade, etc, era tudo fruto do estado emocional em que me encontrava e não de algo físico como até então tinha comprovado por exames médicos.

Os meus problemas sempre se relacionaram com:

· Não conseguir visualizar o meu futuro;

· Não conseguir confrontar de forma assertiva as coisas menos boas da minha vida, reagindo de forma agressiva e violenta ou mesmo fugindo das situações (frustração);

· Não conseguir concentrar-me para atingir os meus objectivos (curso superior);

· Ser independente da minha família (algo que ainda é uma “pedra no sapato”).

Aprendi que todos os meus problemas tinham origem no passado e na relação que tinha até então construído com os meus pais e família. Aprendi o que são manipuladores e como esses manipuladores tinham boicotado toda a minha vida, sendo vítima de manipulação desde criança até aos dias de hoje. Agora, vejo com mais clareza tudo isto e consigo identificar as manobras de manipulação das quais ainda sou vítima.

O EMDR ajudou-me no sentido em que pude “arrumar as ideias” e não me deixar influenciar por esses estímulos negativos, que me causavam mal-estar, angústias e todos os sintomas que mencionei anteriormente. Mas, o mais impressionante foi a velocidade de resolução das situações que me causavam mal-estar, pois em cada sessão sentia verdadeiramente que ficavam resolvidas, ou seja, o processamento que fazíamos era muito eficaz de semana para semana. “Cada tiro, cada melro”, como se diz popularmente. Cada sessão que acabava era “um peso que me tiravam dos ombros”, peso esse que só voltaria por outra situação que não aquela que tínhamos processado.

Todo o processo até agora, sessão a sessão, tem sido muito enriquecedor pois consigo ver claramente os resultados dia-a-dia. Óbvio que agora tenho de pegar nas ferramentas que adquiri e aplica-las em todos os dias da minha vida, o que honestamente não é tarefa fácil, mas, hoje, sinto-me optimista e capaz de lutar por aquilo que acredito e que me faz feliz.

Actualmente, posso dizer que me encontrei, que sei o quero e que consigo visualizar-me num futuro próximo. Por outro lado, tento relativizar as coisas e viver cada dia de cada vez, com a esperança que melhores tempos virão e que em grande medida tudo depende de nós e da nossa atitude perante a vida.

B.D.

28 Fevereiro de 2012

segunda-feira, março 05, 2012

Como lidar com a solidão


A solidão, definida enquanto falta de ligação e  apoio social,  está frequentemente associada a sentimentos de isolamento, inutilidade e tristeza. A investigação sugere mesmo que a solidão está ligada a alterações do funcionamento cardiovascular, endócrino e imunológico, constituindo um factor de risco para tensão arterial alta, diminuição das capacidades cognitivas, dificuldades de sono e progressão de algumas demências. Como combate-la então ?

Apesar de existirem vários recursos possíveis e que passam por exemplo por ter um animal de estimação, por prestar ajuda voluntária aos outros, pelo envolvimento em actividades que cultivem a espiritualidade, entre outros, a forma mais duradoura e eficaz está relacionada coma alteração da perspectiva negativa que as pessoas têm sobre si próprias e sobre os outros. Ao mudar a sua interpretação sobre a realidade, os seus sentimentos mudam, assim como os seus comportamentos. Contudo, por ser transformativa e não apenas um recurso, esta solução pode não ser alcançada pelo próprio sem ajuda, exigindo frequentemente  que a pessoa em sofrimento se encha de coragem e se atreva a sair da sua solidão, partilhando-a com alguém, neste caso um profissional qualificado, que através da relação psicoterapêutica, lhe poderá mostrar que o copo, afinal, pode estar meio cheio... 

domingo, março 04, 2012

SATURNO VISTO NO SEC. XXI

Saturno, visto pela sonda Cassini ( à direita, uma das suas luas, Titã).

(foto NASA)

SATURNO VISTO POR GOYA

Saturno, o deus das colheitas e da agricultura. Devorava os próprios filhos, com medo que lhe roubassem o lugar.
Aqui, representado por Goya.

TRABALHO E SAÚDE

O jornal O Publico de hoje traz uma interessante reportagem/entrevista com Michel Marmot, catedrático de Saúde Pública em Londres. Segundo ele, a esperança de vida varia enormemente mesmo dentro da mesma cidade, conforme as condiçoes sociais e a profissão. Estudos vieram desmentir a ideia feita de que funções com maior responabilidade trazem consigo maior stress e mais problemas de saúde. Pelo contrário, é nas profissões em que o trabalho é mais repetitivo, o grau de autonomia e o controlo menores, que a saúde é pior e a mortalidade mais alta, com a consequente diminuição de esperança de vida.
Estas conclusões vêm perfeitamente ao encontro daquilo que é o resultado da minha prática clínica e de aconselhamento: não é trabalhar muito que é o problema. O importante é o interesse (investinento emocional e intelectual) que se põe no trabalho, o grau de autonomia que se tem e a possibilidade de controlo sobre o próprio trabalho.
Que bom seria se trabalhadores e gestores (que também são trabalhadores) percebessem isto! E actuassem em conformidade: uns investindo mais no trabalho e conquistando mais autonomia e responsabilidade, outros delegando mais e criando mais motivação.

quinta-feira, março 01, 2012

LUZ E ESCURIDÃO

Fotografias espantosas de Chris Fraser

http://trendland.net/chris-frasers-light-installations/?utm_source=Trendland+List&utm_campaign=dc57ad5eca-RSS_EMAIL_CAMPAIGN&utm_medium=email

A CASA NA NEVE

Num país como o nosso, onde pouca neve há, julgo que o imaginario ligado aos contos de fadas, à floresta com neve, à Branca de Neve, etc, atrai também pelo exotismo.
E eis que surge no site dezeen.com (arquitectura e design) a casa dos sonhos!
Uma casa numa reserva natural na Holanda, projecto de arquitectos holandeses. Parte da casa fica "dentro do monte". Atente-se na decoração, designadamente o automovel feito estante (ver as outras fotos em
http://www.dezeen.com/2012/02/29/dutch-mountain-by-denieuwegeneratie/

E bons sonhos!!

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

A ilusão de Maya


E porque a vida é feita de verdade e de ilusão, há quem há muito tenha reflectido sobre a sua natureza... Aqui fica um texto a este propósito proveniente da sabedoria oriental:


O tipo de compreensão expressa pelo conhecimento do espelho é uma forma de visão mística muito particular dos indianos. Ela é encontrada de maneira muito intensa na doutrina hindu de “maya”, que é o poder criativo e mágico da ilusão.

Algumas vezes as pessoas consideram o conceito de “maya” niilista, porque supõem que ele signifique que tudo é totalmente irreal e, portanto, sem valor. Mas a natureza essencial de uma ilusão é que ela, na verdade, aparenta ser totalmente real; tem de ser convincente ou não poderá ser chamada de ilusão.

No budismo, isso é conhecido como verdade relativa ou convencional. Enquanto permanecermos sob seu poder, devemos respeitar seu nível de realidade e obedecer às suas leis, ou faremos mal a nós mesmos e aos outros. É somente à luz de uma compreensão mais elevada e mais abrangente que finalmente a reconheceremos pelo que ela é.

Então, sabendo que ela não é real em última instância, podemos tomar parte nela sem que sejamos tomados por ela. Podendo ser plenamente desfrutada como a expressão espontânea de uma realidade maior. Aquela aparência vívida da peça da ilusão é o que percebemos com o conhecimento do espelho (http://samsara.blog.br/2007/06/iluso-de-maya/).


domingo, fevereiro 26, 2012

COSMONAUTAS A TRABALHAR NO ESPAÇO

Estes são cosmonautas russos e a imagem é de há dias atrás.
Faz agora 50 anos que John Glenn fez o seu primeiro voo orbital à volta da terra.
Para o homem comum, os voos tripulados pouco evoluíram. Longe vão os tempos de Kennedy em que parecia que o futuro no espaço estava logo ali.

(via NASA http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_2181.html)

DE WASHINGTON DC PARA RAINHA DE UMA ALDEIA NO GHANA

Esta senhora, de nacionalidade americana, viu-se de repente raínha de uma aldeia no Ghana. E aceitou. Que irá ela fazer?
No link abaixo podem dirigir perguntas à própria. Que irá ela fazer?
Deve ser uma situação muito peculiar. Mas que poderá abrir possibilidades para fazer alguma coisa pelos seus, agora, súbditos.

http://bigthink.com/ideas/42625?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=aa5377920c-The_Electronic_Brain_Your_Mind_012&utm_medium=email

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

CAOS E DESORGANIZAÇÃO

O artigo cujo link vem abaixo dá umas pistas interessantes para aquilo que muitas pessoas experimentam, talvez com mais frequência do que seria desejável: a sensação de que se não consegue controlar nada, de que a vida está um caos.

http://bigthink.com/ideas/42522?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=61b97feed0-Newsletter2_17_2012&utm_medium=email

sábado, fevereiro 18, 2012

ARQUITECTURA: LONGE OU PERTO?

Espanta-me sempre que não haja mais pessoas a interessarem-se por arquitectura. Afinal, tem a ver com a nossa vida de todos os dias. Ou não?
A mim flige-me estar nun sítio feio e com horríveis edifícios. Felizmente que Lisboa tem o sol e esta espantosa luz para cobrir (em parte) as fealdades várias, qual doença de pele que parece proliferar.
O site Dezeen é maravilhoso, para quem queira penetrar neste mundo da estética (interior e exterior).
Deixo-vos com um moderno edifício na China:

http://www.dezeen.com/2012/02/06/vanke-triple-v-gallery-by-ministry-of-design/

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Inconsciente?

Qual é a pertinência do "inconsciente" no processo terapêutico?

A Psicanálise, a par da Hipnose, foram as psicoterapias que trouxeram a noção de inconsciente para a praça pública e para o campo da ciência. 
É uma noção desafiante e difícil de se compreender. No entanto, também a doença o é: desafia muitas vezes a compreensão e a lógica a que estamos acostumados. Pode dizer-se que, em certa medida, a doença é a marca da irracionalidade, ou seja, do que não faz sentido, do que não é coerente com o resto. Na doença existe muitas vezes a consciência de que o que se sente, pensa ou se faz, não faz sentido nem tem razão de ser; no entanto, não se consegue evitar. É justamente nestes casos que a noção de inconsciente nos ajuda a compreender a estranheza de determinado comportamento ou sintoma: o inconsciente é a expressão implícita da necessidade de divisão interna, ou seja, da falta de coesão e integração da informação no nosso cérebro. A questão pode assim ser vista, não como uma falta de lógica, mas como a existência de lógicas plurais dissociadas e, por isso, conflituais. 
O que leva então a mente a criar lógicas dispares dissociadas? A resposta a esta pergunta está, em parte, na dificuldade em "actualizar" ou modificar aprendizagens (lógicas; padrões de relação...) que foram enraizados/gravados profundamente no nosso cérebro emocional (o chamado cérebro reptiliano - porque automatizado e partilhado com outros animais como os repteis). Por outro lado, o inconsciente representa igualmente o conteúdo mental (pulsional, emocial) reprimido, ou seja, não tolerado ou admitido na nossa educação. Nestes casos, o que fazemos acaba por ser a interiorização dessa mesma censura, empurrando desejos ou sentimentos criticados para fora da consciência - uma forma de auto-engano, responsável pela produção de sintomas psicopatológicos. 

A técnica e arte da psicoterapia consiste, pois, em aceder essas memórias isoladas e ostracizadas para, de seguida, as poder trabalhar no sentido de lhes voltar a dar expressão, de as compreender e integrar no todo mental. 

domingo, fevereiro 12, 2012

KAGEMU: É DANÇA, É CINEMA?

As fronteiras da arte estão cada vez mais difusas - as diferentes técnicas e as suas combinações permitem as coisas mais espantosas.
Kagemu é o nome de uma associação entre dois artistas japoneses. O espectáculo teve lugar no ano passado em Paris.

http://www.youtube.com/watch?v=HyWkB1SYDMs&feature=youtube_gdata_player

MULTICÓPTERO

Bem gostava de experimentar voar nesta engenhoca criada por um físico alemão



http://jeferson.silva.nom.br/fisico-alemao-voa-em-um-multicoptero-eletrico/

CRIANÇAS

Sem querer meter a seara na foice alheia da psicologia infantil, vale a pena ler este artigo de uma mãe americana cujas filhas nasceram em França.
Retenho uma ideia: a importância da empatia.
Estaremos a ensiná-la às nossas crianças? (sobretudo pelo exemplo...)

http://ideas.time.com/2012/02/10/why-american-kids-are-brats/?iid=op-article-latest

domingo, fevereiro 05, 2012

ANDRÉ GREEN: 1927-2012

A fotografia não transmite a imagem do homem. Era muito alto, com ar severo. Era visível que cultivava essa imagem. O seu vozeirão enchia a sala em Paris onde todos os anos organizava um colóquio de entrada livre.
Grande pensador, homem cultíssimo, amante da liberdade. Numa profissão espartilhada em clubes vários, ele soube pensar pela própria cabeça, e nunca deixou de marcar a sua posição. Odiava tibiezas. Não era um homem fVácil, mas conseguia ser generoso e às vezes mesmo terno.
Depois de Freud, é, a meu ver, o autor mais determinante na psicanálise. Um homem a ler absolutamente por quem queira saber mais de psicanálise e de psicoterapia psicanalítica. Quem quiser entrar na obra deste psicanalista francês, comece por ler A Mãe Morta, e verá o que eu quero dizer.
Vamos sentir a falta do seu pensamento lúcido e às vezes brutal.

Sobre a sua vida e obra:
http://en.wikipedia.org/wiki/André_Green

sábado, fevereiro 04, 2012

TRABALHO E (É?) BRINCADEIRA?

A fotografia é dos escritórios da Lego na Dinamarca. Um ambiente cheio de cores e de espaços criativos. Dá vontade de trabalhar lá.
Depois, pensando melhor, ocorreu-me como é peculiar este fenómeno da infantilização dos espaços de trabalho - é o caso também da Google, entre outros. Como se os colaboradores fossem crianças grandes (serão?). Lembro-me de fotografias de locais de trabalho nos inícios do século XX, madeira escura, ambiente pesado. Como aliás as casas, à excepção das nurseries. Terá a ver com a terciarização do trabalho no mundo ocidental?
Fica para reflectir.

http://www.dezeen.com/2012/01/31/lego-pmd-by-rosan-bosch-and-rune-fjord/
(via Dezeen)