terça-feira, novembro 03, 2009

Ataques de panico


Nos dias que correm são cada vez mais aqueles que sabem o que é um ataque de panico ou mesmo que já o sentiram na pele. Tremores, aumento da frequência cardiaca, suores, tonturas, falta de ar... Alguns sentem que vão morrer, outros que vão enlouquecer... Exames médicos e nada, tudo psicológico!Por vezes é com algum desanimo que se recebe esta noticia, como se o facto de ser um problema emocional e não fisico tornasse tudo mais complicado. No fundo não se vê, e esta sensação de se estar perante algo desconhecido assusta ainda mais, ou não fossem os ataques de panico justamente ataques de um medo desconhecido, descontrolado, desconcertante.

Muitas vezes entre o medo de voltar a ter e o voltar a ter existe muito pouco espaço e mais do que aprender a reconhecer os sinais de que está a aproximar-se mais um, ou as tecnicas de relaxamento mais uteis para o combater, importa perceber em que contexto de vida surgiram, de que angustias profundas estarão a dar sinal, que perigos a mente identificou nas proximidades...

Uma mudança de emprego, de chefe, ou de relação constituem acontecimentos aparentemente inofensivos, muitas vezes encarados até com entusiasmo, nada comparáveis à partida com um luto, ou uma dolorosa separação, claramente marcados pela angustia. Porquê então os ataques ? Provavelmente porque a mente percepcionou uma hipotese de perda de controle e essa percepção despoletou um imenso sentimento de desamparo, de perda de referências, de medo da solidão...

Não será por acaso que falar com alguem intimo é dos antidotos mais apreciados. Procure ajuda, perceba verdadeiramente o que se passa consigo.

1 comentário:

Clara Pracana disse...

Gostei muito do seu post, Elsa. Acho que coloca muito bem a questão e de forma muito sucinta (como tem de ser num blog). Tenho acompanhado vários casos destes de perto, é uma angústia terrível. As raízes dessa angústia estão muitas vezes muito longe. Os ataques de pânico são "apenas" a ponta do iceberg. Demora tempo a perceber as relações, os padrões mentias. Mas é especialmente importante evitar o isolamento e obter ajuda.