sexta-feira, junho 15, 2007

"A traição do Eu"



Tal como refere Martin Roda-Becher a propósito do livro “A traição do Eu” de Arno Gruen publicado pela Assírio & Alvim em 1996, a aspiração à autonomia se for entendida como demonstração da própria força e superioridade limita-se a ser um produto da sociedade do sucesso em que hoje vivemos e consequentemente não passa dum equívoco de condições nefastas. Como o psicanalista Arno Gruen demonstra ao longo do livro, a verdadeira autonomia é o estado em que o Homem se encontra em plena harmonia com os seus sentimentos e necessidades. Contudo é justamente a prevalecente ideologia do sucesso e da eficiência que impede a muitos indivíduos o acesso ao próprio Eu; sendo que a adaptação às normas sociais, induzida pela pressão educacional atrofia a vitalidade, a criatividade e a capacidade de amar. Tamanha perda gera dependência e submissão. Arno Gruen analisa as fases do desenvolvimento da personalidade humana e as situações vivenciais em que a autonomia é bloqueada. Demonstrando desta forma, entre outras coisas, como a opressão da Mulher ou o empobrecimento mental do Homem, sendo consequências da falta de autonomia, são expressões da mesma perturbação fundamental. Para além das formas patológicas, Arno Gruen debruça-se pormenorizadamente sobre a anormalidade do que é tido como normal, interrogando-se sobre a condição do Homem na sociedade contemporânea. Recomenda-se a leitura!

6 comentários:

Jorge disse...

Parece ser interessante.

Pedro Correia Santos disse...

Concordo bastante com o que é dito no post.

Afinal quantos de nós se conseguem libertar dos condicionantes socias e serem vedadeiramente livres?

Cleopatra disse...

Vou ler de certeza.
Encontro tanta gente assim por aí.
Que reclama irritada, sou autonomo! Não tenho de dar explicações. Quero subir na Vida, isso implica não ser espartilhado. E vivem mal com os que os rodeiam.Afastam quem os ama porque se sentem sufocados.
Procuram-se em altos e complicados triunfos profissionais, triunfos sexuais e não dão pela verdade:- Perderam-se há muito deles proprios.

Miguel Fabiana disse...

Vou Ler!

Concordo com "a aspiração à autonomia se for entendida como demonstração da própria força e superioridade limita-se a ser um produto da sociedade do sucesso em que hoje vivemos e consequentemente não passa dum equívoco de condições nefastas" e com "a verdadeira autonomia é o estado em que o Homem se encontra em plena harmonia com os seus sentimentos e necessidades". Mas proponho que detalhe um pouco mais as "situações vivenciais em que a autonomia é bloqueada", porque me parece que mais do que as "situações vivenciais" são os recursos emocionais/intelectuais/pragmáticos ou outros de cariz mais profundo que nos fazem "abandonar" a nossa autonomia ou o nosso desejo de autonomia.
Aguardarei pela resposta.

Obrigado pela dica e até já!
Miguel

Anónimo disse...

Alguém tem o livro em PDF?

Anónimo disse...

Alguém tem o livro em PDF?