quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Dia dos Namorados!


"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer".




Bonitas palavras para o dia dos Namorados do nosso poeta Camões.
Servirão elas para descrever uma declaração de amor, ou serão palavras da solidão de quem espera encontrar o amor da sua vida. Ou será apenas falta de sexo?

Não sei! Mas Freud, sem dúvida explicaria isso melhor do que eu!
O que sei, é que nestas datas em que se comemora algo, quem não tem nada para comemorar, ou neste caso com quem comemorar, se pode sentir na maior das tristezas. Afinal de contas, é suposto estar com alguém, é isso que a sociedade valoriza, e os que estão desemparelhados?

Será que no futuro existirá o dia dos solteiros?
Será que os solitários conseguem ser felizes?

Mais uma vez o modo como encaramos os acontecimentos é fundamental, afinal dizer que “ estou sem relacionamentos!” ou dizer “ estou entre relacionamentos!” revela uma atitude que pode salvar algumas pessoas da depressão.

Outra vantagem de estar só, é fazer aquilo que nos dá na real gana! Sem pensar que tem que se estar em casa a determinadas horas para fazer determinada coisa.
Isto serve de fraco consolo para aqueles que desejam uma relação de co-dependência. Afinal entrar numa casa vazia em que apenas esperam as tarefas domésticas pode ser um “murro na barriga”!

Não me vou alargar nesta argumentação de prós e contras, para isso existem programas de televisão.
Vou apenas deixar uma reflexão:
“Estaremos bem com outra pessoa, quando conseguir-mos estar bem na solidão?”

5 comentários:

Miguel Fabiana disse...

Uma das coisas que "reaprendi" ou redescobri com a Psicologia, aos 39 anos, foi o maravilhoso mundo das multiplas opções e/ou dos multiplos modos de olhar para as coisas, MAS quando oiço falar de Amor, parece-me que se fala mais de nós mesmos do que dos nossos objectos amorosos. A opção de viver só ou acompanhado ou antes pelo contrário...se contribuir para o equilíbrio e uma maior felicidade de quem tomou essa (ou outra) decisão...enfim...não deve (mas pode, ou antes pelo contrário...depende...) haver é culpa porque se decidiu num dado momento (viver só ou acompanho) em função daquilo que resultou da nossa reflexão e ou informação disponível...nesse momento. O medo de empreender por um determinado modo de vida e/ou o medo de se ter tomado a decisão errada, também não contribui nada para se viver uma vida satisfatória. Enfim...a ideia é seguirmos a nossa vida, de forma a conseguirmos ser felizes(pelo menos) sem provocar a infelicidade dos outros e sem ser necessário seguir ideias "externas" e/ou decretos de "outros". Os rituais de calendário ou as datas comemorativas, fazem-me lembrar aquela frase do Senhor William Shakespeare "Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te". Eu tenho para mim que NUNCA devemos abdicar da nossa Liberdade e que essa (NOSSA) Liberdade só começa a fazer sentido se o Amor existir algures (dentro de nós e depois partilhado com quem, mais e melhor, respeitar a NOSSA Liberdade). Aguardo os vossos múltiplos e muy respeitosos comentários.

Cleopatra disse...

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer".


William Shakespeare "Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te".


Gostei de ler este post.
A mim que sou possessiva. que preciso da coisa amada, deu-me uma visão serena de que apesar de a coisa amada não estar presente... pode ser amada e amar...
Deixo outros considerandos para depois.

R. disse...

Penso que há determinados estados que só podem ser vividos na sua plenitude se vivermos o seu oposto, como garante de equilibrio. Este é um desses exemplos. É minha opinião que viver bem com outra pessoa só poderá ser levado a cabo de forma equilibrada se a nossa própria companhia for também propiciadora de bem estar. Caso contrário corre-se o risco de se ser demasiado dependente, de se viver a vida do outro em vez da própria.

Quanto ao amor lançava outro repto. Talvez para outro post. A idéia de que o amor é em si mesmo egoísta. Ou seja, que não amamos os outros mas sim o amor que sentimos pelos outros e o prazer que tal nos proporciona.

Clara Pracana disse...

O post do Pedro e os comments que se seguiram dão muito que pensar. De facto, o que é que amamos nos outros? Nós mesmos? Valeria a pena pegar nas palvras da Amora e pensar no assunto sem falsas ilusões.
Ah, e adorei essas palavras do Shakespeare que o Miguel Fabiana cita. Como se se pudesse esquecer! Ele lá saberia...

sol disse...

Pedro,

o que escreveste fez-me pensar. Muito!

:S

*sol*