domingo, janeiro 07, 2007

POEMA

No post sobre o microcrédito, que só uma pessoa comentou (obrigada, Pedro! Mas já desconfiava que o assunto não era agradável), tinha prometido divulgar um poema do Henley. Aqui vai. Se por caso alguém tiver dificuldade no inglês, terei muito gosto em ajudar. Em poesia, que vive sobretudo da metáfora, se não se percebe uma palavra, às vezes não se consegue apreciar devidamente o conjunto. Mas também existem os dicionários, claro. E há alguns óptimos na net.

INVICTUS
By William Ernest Henley. 1849–1903

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

É lindo, não é?
Agora vêm as más notícias. Este era o poema preferido de um homem chamado Timothy James McVeigh, de que talvez se lembrem. Era o bombista de Oaklahoma (nesse atentado, em 1995, morreram 168 pessoas). Foi executado em 2001.
Pois é, também o comandante de Auschwitz, Höss, era um melómano e Hitler era louco por Wagner. A alma humana (no sentido de psyche) é abissal.
Desculpem lá o balde água fria.

2 comentários:

Anónimo disse...

olá! :)
bom, todas as coisas têm mesmo dois lados (pelo menos) e já se sabe que coisas bonitas podem ser apreciadas por facínoras, psicopatas ou apenas pessoas intragáveis. o hannibal lecter é um apreciador de coisas belas não é?
gosto do poema na mesma :) e não ando a pensar em golpes de estado.
julieta

Anónimo disse...

Hitler fez da sua interpretação de Nietszche um dos bastiões mais importantes da sua busca pela eugenia e o império... Sou um grande apreciador de Nietszche e não consigo vislumbrar na sua visão de «super-homem» qualquer semelhança com a concepção de Hitler. Custa-me, até, verificar o nome do autor de «Assim Falava Zaratustra» e um dos maiores filósofos do último século associado ao nome inefável de Adolf Hitler... Mas se tudo o que conhecemos são interpretações, a arte e a filosofia, pela sua riqueza e plasticidade, fornecem a liberdade a cada um de pensar... o que é simultaneamente a sua beleza e o seu perigo.