domingo, dezembro 17, 2006

Burnout no Casamento.



È interessante verificar que as questões do Amor e dos relacionamentos estão cada vez mais a ser objecto de estudo. Está a tornar-se cada vez mais raro serem os poetas e os filósofos a debater e escrever acerca deste tema apaixonante que são as relações a dois!

Assim cabe-me comentar um texto de um investigador, em vez de me deleitar com a beleza das descrições românticas de um poeta.

Para Pines (1996) o “burnout conjugal apresenta-se em três componentes: exaustão física, exaustão emocional e exaustão mental.
A exaustão física caracteriza-se por um cansaço crónico cuja reposição fisiológica pelo sono não é suficiente. Tipicamente as pessoas vitimas de burnout acordam exaustas à segunda-feira, muitas vezes de pois de passar o final de semana quase na totalidade na cama.
O sono é perturbado por pesadelos e por dificuldades em adormecer. O cansaço físico é acompanhado de alguma irrequietude e agitação. Algumas pessoas chegam a ficar violentamente agitadas e quando se lembram das palavras grosseiras ou de actos irreflectidos proferidos pelo parceiro.
Alguns tem que tomar medicação para dormir, outros optam pelo consumo de bebidas alcoólicas, o que se traduz em muitas circunstâncias de soluções parciais visto que na manhã seguinte vão acordar ressacados, ainda mais cansados e com cefaleias!”

Não me irei alargar agora para as outras componentes do burnout conjugal, visto que esta pequena descrição nos serve reflectir acerca da escolha e manutenção dos parceiros de relação.

Ainda segundo Pines, o amor romântico tem uma probabilidade maior de sofrer de burnout conjugal, que aqueles que se juntam de um modo mais racional.
Animador não é?

Ou seja, por um lado temos uma sociedade de consumo em o amor romântico é vendido como objectivo ultimo a atingir, baseado na compra dos últimos acessórios de moda claro! Por outro lado temos a investigação a salientar que quem vai para uma relação à espera de encontrar sempre o parceiro impecável, bem disposto, e a corresponder ás nossas expectativas vai passar um mau bocado!

Por isso neste natal temos que pensar qual é a prenda que vamos pedir ao senhor das barbas brancas. “O par ideal… ou um companheiro real!”


Eu por mim peço sempre alguém realmente ideal!

6 comentários:

Clara Pracana disse...

Pois é, Pedro, esta ideia de que todos vamos encontrar a nossa "cara-metade" é uma grande armadilha e só nos traz desgostos. Aliás, a expressão por si já é infeliz: metade porquê? Como se precisássemos de encontrar alguém que nos complete... Quem inventou o amor romântico, lá na remota idade média, devia ser objecto de investigação psicopatológica!

Pedro Correia Santos disse...

Sem dúvida Clara!
Não podemos estar á espera que alguém faça o trabalho por nós. Ou seja, se nos queremos sentir completos vamos ter que o fazer sózinhos... senão teremos sempre grandes desgostos porque criamos expectativas acerca da relação que não serão realizadas.

Portanto, quando não precisar-mos de alguém e encontrar-mos alguém que não precise de nós... pode ser o inicio de uma boa relação!!

Heloisa disse...

Olá Pedro.
Nem me lembro mais como vim parar aqui neste blog, mas o que importa é que esta postagem me chamou a atenção.
Recentemente passei por uma situação destas, onde entregas tudo ao amor literalemnte platônico e como ele obviamente não existe, acaba ficando sem nada, a não ser com irritações, depressões e por aí vai.
No entanto, acabei indo atrás do assunto, pesquisa mesmo. E temos 3 hipóteses de pesquisa: os livros de auto-ajuda (esses eu não me atrevi); as análises psicológicas da coisa (como essa sua postagem e muitas outras revistas e livros; e a arte.
Confesso que a psicologia nos ajuda ao caminho do reequilíbrio, da recuperação e racionalização da coisa toda, mas ainda sim, ainda que a psicologia tenha me ajudado e muito, sempre prefiro ouvir falar de amor pela voz, pela cor, pela imagem ou pelo som do poeta, ele vai onde nenhum psicólogo consegue ir, pois ele é o devir- amor.
De qualquer forma, gostei da postagem, bem interessante...

Cleopatra disse...

Ou seja, por um lado temos uma sociedade de consumo em o amor romântico é vendido como objectivo ultimo a atingir, baseado na compra dos últimos acessórios de moda claro! Por outro lado temos a investigação a salientar que quem vai para uma relação à espera de encontrar sempre o parceiro impecável, bem disposto, e a corresponder ás nossas expectativas vai passar um mau bocado!

Por isso neste natal temos que pensar qual é a prenda que vamos pedir ao senhor das barbas brancas. “O par ideal… ou um companheiro real!”


É bem verdade.
Há dias uma amiga chorava no meu ombro furiosa e dizia:
- E disse-me, deixou-me no Tm a seguinte mensagem:
- "Não vale a pena assobiarmos para o lado e fingir que nos damos muito bem.Nós somos realmente bons amigos, somos simpáticos um para o outro, almoçamos e jantamos e pintamos o diabo juntos, mas nunca somos completamente felizes!"

Chocada com a resposta que lhe dei perguntou-me:
Tu achas?
E eu respondi-lhe: -Acho!
E sabem que lhe respondera?
Apenas isto: - Acho que ele não sabe é o que é ser feliz!

E digo aqui mais.
Acho é que o menino anda apenas à procura de se fazer feliz.
Ai pois!

Pedro Correia Santos disse...

Caro hilst, não podia concordar mais consigo na frase "sempre prefiro ouvir falar de amor pela voz, pela cor, pela imagem ou pelo som do poeta, ele vai onde nenhum psicólogo consegue ir, pois ele é o devir- amor"

Os poetas devem ser valorizados para que continuem a descrever, não só o amor, mas todas as emoções do nosso ser.

Obrigado pelo comentário!

Anónimo disse...

Será que ainda existe amor? Hoje, tenho as minhas dúvidas.